O peixe-boi é um animal mamífero, de grande porte e corpo arredondado.
São animais aquáticos que habitam águas doces e salgadas. Costumam ser solitários e não formar casais ou grupos.Por ser um mamífero, precisa vir à superfície de tempo em tempo para respirar. Por isso, prefere viver em águas rasas.
O peixe-boi alimenta-se, principalmente, de plantas aquáticas e semi-aquáticas.
A reprodução do peixe-boi é lenta e o período de gestação é de 13 meses. O filhote alimenta-se do leite materno e só após alguns meses começa a ingerir vegetais.
No Brasil, ocorrem duas espécies de peixes-bois: o peixe-boi marinho e o peixe-boi da Amazônia.
O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) habita as águas do Oceano Atlântico, próximo as costas dos Estados Unidos, México, América Central e litoral norte do Brasil.
Existe ainda, a espécie de peixe-boi-africano (Trichechus senegalensis) que ocorre no litoral da África. É uma espécie menos conhecida, que ainda sofre com a caça intensa. A espécie T. manatus possui a pele enrugada e grossa. Apresenta pelos esparsos em todo o corpo e unhas nas nadadeiras peitorais. Os peixes-bois marinhos podem chegar a 700 quilos e 4 metros de comprimento. O peixe-boi marinho corre sério risco de extinção. Em 2006, estudos indicaram a existência de apenas 500 indivíduos dessa espécie na costa oceânica do Brasil. A conservação da espécie enfrenta algumas ameaças. As principais são: a caça, o encalhe de filhotes, colisões com barcos, a captura em redes de pesca, a poluição e a degradação ambiental. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), considera o T. manatus, como o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil.
Embora os peixes-boi possuam poucos predadores naturais (tubarões, crocodilos, orcas e jacarés), todas as três espécies de peixe-boi estão listadas pela World Conservation Union como vulnerável à extinção. A principal ameaça corrente para os peixes-boi nos Estados Unidos está sendo as colisões com barcos ou com hélices. Às vezes o peixe-boi pode sobreviver a estas colisões, e mais de cinquenta cicatrizes profundas permanentes têm sido observadas em alguns peixes-boi ao largo da costa da Flórida. No entanto, as feridas são muitas vezes fatais, e os pulmões podem até sair através da cavidade torácica. É ilegal, no âmbito federal e na lei da Flórida, provocar danos aos peixes-boi.
O assoreamento dos estuários onde as fêmeas dão à luz os filhotes é outro motivo para ameaça de extinção desta espécie
Peixe-boi no Brasil:
Há registros do peixe-boi desde o descobrimento pelos portugueses no século XVI. No Brasil há duas espécies de peixe-boi: o Trichechus manatus manatus, peixe-boi marinho que se encontra criticamente ameaçado de extinção, e o Trichechus inunguis que vive nos rios amazônicos, considerado como vulnerável à extinção. Calcula-se que existam cerca de 500 peixes-boi marinhos na costa brasileira, não existem estudos ou pesquisas que revelem estimativas populacionais para o número de indivíduos de peixes-bois da Amazônia.
Projeto Peixe-boi:
Com a possibilidade de extinção dessas espécies o governo brasileiro proibiu sua caça e criou em 1980 o Projeto Peixe-Boi, desenvolvido pelo CMA (Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos) com sede na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. O projeto dedica-se à pesquisa, resgate, recuperação e devolução à natureza do peixe-boi, bem como a informação e parceria com comunidades ribeirnhas e costeiras. O projeto está aberto a visitação, onde podem ser vistos inúmeros peixes-boi, inclusive a Chica, um peixe-boi fêmea que viveu durante anos num aquário público em uma praça do Recife, e o Poque, um raro caso de híbrido entre o peixe-boi marinho e o amazônico.
Laboratório de Mamíferos Aquáticos do INPA:
Os estudos sobre a biologia e conservação do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) iniciaram-se em 1974 no Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), situado na cidade de Manaus, Amazonas. Atualmente o LMA já reabilitou com sucesso mais de 60 filhotes de peixes-boi, cujas mães foram vítimas da caça ilegal que ainda ocorre na região. Aqui nasceu o primeiro filhote de Peixe-Boi da Amazônia em cativeiro, chamado Erê, em 1998. Os tanques dos peixe-boi estão localizados no Parque Aquático Robin Best e são abertos a visitação como parte do Bosque da Ciência do INPA.
No ano de 2000, pesquisadores do INPA e do CPPMA - Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos, criaram a AMPA - Associação Amigos do Peixe-boi, uma organização não governamental que atua em convênio com o INPA e é patrocinada pelo Programa Petrobras Ambiental.
Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Sirenia
Famlília: Trichechidae
Gênero: Trichecus Linnaeus, 1758